Passagem : um retorno ao mar/ Nelo Pimentel

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PASSAGEM: UM RETORNO AO MAR

Abertura dia 29 de julho as 18.00h no Centro  Histórico e Cultural Mackenzie.

Acesso pelas ruas: Maria Antonia, 307 ou Itambé, 143

Prédio 1 – Higienópolis

 Parafraseando E.H.Gombrich, é licito afirmar que todos gostamos do belo exibido pela natureza e, além disso, somos gratos aos artistas que o preservam em suas obras.

A arte sempre é feita com um propósito, mas é o interpretante que, a partir do seu olhar, a conduz às mais variadas situações e definições, deixando-se levar pelo deleite da simples apreciação, e pela emoção.

NELO PIMENTEL é justamente um desses artistas que nos toma pela emoção e pela memória dos encantamentos, dados pela brisa da manhã nas areias quentes de Ilhabela; pelos barcos ancorados nas águas ocres e marrons do Rio da Prata (Argentina) e pelo Sol batendo dentre os mastros, dando-nos a sombra refletida das ondas calmas da Ilha ou, até mesmo, o verde das encostas das montanhas.

Sua pesquisa é inesgotável, sempre iniciando uma nova história, pelo passeio nos mais belos mares, mas sempre retornando com suas tintas azuis, verdes, amarelas, marrons, enfim , cores fortes, cores da vida. Vida esta que Nelo sempre vivencia em sua trajetória poética, surpreendendo-nos a cada pincelada, a cada cena reproduzida em suas telas. Elas não se exaurem no enquadramento que faz; seus recortes vão muito além dos limites físicos da obra, eles transbordam para o imaginário.

Os quadros de Nelo são marcados por sua serena simplicidade e calma, na claridade e solidez do seu mundo, pleno de movimento e luz. Ele reuniu nas telas o deslumbramento da natureza e, com isso, não há quem não se impressione.

Roseli Demercian (Loly)[1]

[1]Graduação em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduação em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialização no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo(MAC/USP) e mestrado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Doutoranda em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; é curadora independente. (Site: www.lolydemercian.com.br; email: loly@lolydemercian.com.br).

 

Masao Ukon: encantamento de uma vida

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MASAO UKON: ENCANTAMENTO DE UMA VIDA

MASAO UKON nasceu em maio de 1931, no Japão. Sua mãe (artista plástica), desde pequeno, estimulou no jovem o gosto pelas artes, levando-o com habitualidade a museus.

Sua paixão, no entanto, foi despertada para outra modalidade de manifestação artística: o Jazz. Ele então aprendeu a tocar o pistom e criou, ainda na adolescência, seu próprio grupo de jazz.

Após a Segunda Guerra Mundial, como muitos imigrantes que chegaram ao Brasil, a família Ukon desembarcou em Porto de Santos no navio Santos Maru , 1955.

Masao, em pouco tempo, apesar da dificuldade da língua, se ambientou. Ele tinha uma voz universal, que era o seu instrumento musical: o pistom, o que lhe permitiu participar do filme “Heaven Knows, Mr. Allison”, dirigido por John Huston, no ano de 1957.

Apenas na década de 60, é que realmente o jovem Masao assumiu em definitivo sua inexorável tendência para as artes visuais, cedendo, para tanto, aos fortes influxos recebidos de sua mãe, Ikuko Ukon, amiga de Tomie Ohtake, Manabu Mabe e Wakabayashi. Ele sentiu, então, a necessidade de registrar, por meio de desenhos, seus amigos do jazz.

Para que isso fosse possível, precisava de uma técnica de registros rápidos, dos fugidios instantes vivenciados. Optou, com muita criatividade, pela técnica dos caricaturistas e chargistas, muito em voga e ascensão àquela época. Só eram necessários, portanto, um bloco de papel, uma caneta e pastel seco, nada mais.

Masao tocou num clube de Jazz e na Casa Universitária, situada na rua Artur Prado, ambas no romântico Centro Velho de São Paulo.

Na inseparável companhia do seu bloco de desenhos, ele sempre estava pronto para registrar momentos inusitados e inenarráveis de lugares, pessoas e amigos.

Foi em um desses shows na Casa Universitária, que ele conheceu sua outra paixão – Maria Antonia (sua futura esposa) – e integrou em seus registros mais dois componentes: sua mulher e seu filho (que nascera desse amor incondicional).

Participou das bandas Bourbon Street e São Paulo Dixieland Band, esta última formada por ex-alunos da Universidade Mackenzie; tocou na Opus2004, Capitu e Balaco Baco.

Sua técnica de observação dos momentos é de uma maestria ímpar, incomum, pois transmite a ideia de notas musicais arrastadas – como o jazz e o blues – em cores de tons baixos, dando ênfase às linhas e contornos, firmando ainda mais sua vocação para as artes. Quem ganha com isso não é o autor e sim as pessoas que ele vê e retrata.

São momentos marcantes de toda uma trajetória de sucesso e felicidade, como um encantamento de cada partitura virada, de cada folheada da vida.

Ele nos convida a descobrir essas equações de sua existência, que se entrelaçam no tempo, com as variantes da música e do desenho.

Essa bela e romântica história está longe de chegar ao fim. É um início de tantos outros recomeços. O que não é inalterado são seus desenhos, seu lastro, sua vida vivida intensamente, os enquadramentos dos desenhos e, neles, o descortinar da passagem de outras vistas, das memórias do passado, do presente e do muito que ainda está por vir.

Loly Demercian

 

Texto curatorial da exposição : Memórias guardadas

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Bruno Trochmann

Bruno faz um diálogo com o sujeito histórico e cultural da armênia, sendo que esse sujeito está encarnado nos objetos, nos acontecimentos.

A singularidade do seu trabalho está em seus índices, os elementos contidos em seu trabalho, que nos levam a pensar ou voltar ao passado, nos significados dos objetos expostos e suas implicações políticas e culturais.

A maneira rudimentar de representação, com a técnica lambe-lambe, nos remete às propagandas soviéticas do início de século XX, antes da diáspora armênia, com uma séries de colagens, sobrepondo-se com antigas fotografias armênias, além de gravações em cassete e discos de 78rpm de música do oriente médio, criando-se também colagens sonoras (uma linguagem muito usada nas décadas de 50 e 60, a Assemblage, que foi a ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, cujo movimento deita raízes na Rússia ou pela música improvisada de Cage).

Para apreender a essencialidade dos trabalhos apresentados, o interlocutor deve estar impregnado de aspectos históricos e musicais, além de se deixar dominar pelos sentidos.

 

Loly Demercian

texto curatorial da exposição : Memórias Guardadas

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Ana Luiza Kalaydjian

A realidade existencial do que se apresenta nos quadros da Ana tem um aspecto muito importante para sua identidade. Ela deve ser apreciada, não na superficialidade do retângulo, e sim na sua profundidade.

É na profundidade que percebemos seus índices, seu processo de busca. Os trabalhos aqui expostos, representadas por figuras humanas, sem cor, sem brilho, buscando uma memória perdida, quase melancólicos, estão representados nas imagens escultóricas no chão, como corpos buscando o seu escopo.

A iconografia do sofrimento tem uma longa linhagem na história da arte. Ana fez do sofrimento sua busca, seu exemplo, seu tormento, num autêntico paradoxo. Se olharmos atentamente, ela evoca marcas do tempo, da busca incessante de sua identidade, talvez perdida no passado de seus entes queridos, mortos na diáspora.

O carvão e o café (cores frias pelas tintas) são ícones emocionais. O carvão, cor preta, combustível; o café, cor marrom, que, na armênia, representa a leitura da borra de café, isto é, ancestralidade e energia. Ambas as cores, apesar de frias, pesadas, representam ascensão, espiritualidade. É nesse ambiente melancólico que Ana encontra a luz e a vida, que foram tirados de seus ancestrais pela matança indiscriminada e cruel, com absoluto desprezo pela dignidade humana, pela dignidade de um povo, de uma cultura.

Loly Demercian

Convite da Ocupação Tucarena

convite final

A comissão para a preservação da memória do Genocídio do Povo Armênio da FUNDASP apresenta : Semana Cultural #Armenia100anos, no Tucarena

Dia 08 de Junho

18h00 Abertura da exposição Alak-Dan: Memórias Guardadas

com os artistas Ana Luiza Kalaydjian e Bruno Trochmann

20h00 Colóquios no auditório:

Os professores debaterão sobre as questões do Genocídio Armênio.

Prof.a Silvia Regina Paverchi:

A Armênia atual e a diáspora: questão do genocídio envolvendo trauma e assuntos fronteiriços.

Prof.Dr. Paulo Roberto Monteiro de Araújo :

Didi-Huberman: Memória como ação do ressurgir – a Matança.

Prof.Dr. Rogério da Costa Santos :

Biopoder e racialização: sementes de ódio no genocídio armênio.

Prof.Dr. Willis S. Guerra Filho :

Genocídio Armênio e a continuidade dos crimes contra a humanidade.

Prof.a Doutora Carolina Alves de Souza Lima:

O genocídio e a proteção dos direitos humanos

Dia 09 de Junho

 14.00h as 18.00h Leitura de borra de café com a artista Ana Luiza Kalaydjian

19h30 Dança e Coral:

Coral Vahakn Minassian

Grupo de Danças típicas armênias Kilikia

20h00 Palestras sobre o Genocídio Armênio:

Professor James Onnig

Dr. Philipe Arapian

Matheus Mekhitarian

Guilherme Markossian

Dia 10 de junho

 14h00 Visita monitorada com a curadora de arte da exposição, Prof.a Roseli Demercian com a presença da artista Ana Luiza Kalaydjian com desenvolvimento de atividades de ateliê.

Dia 11 de junho

Peça de teatro: 1915

grupo Arca

 

Sergio Milliet /resenha

imgresRESENHA DO ARTIGO DE ANTONIO CANDIDO

Livro : Sergio Milliet 100 anos- trajetória, crítica de arte e ação cultural.

Autor: Organizadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves

editora:Imprensa Oficial

ano: 2005

 

Sergio Milliet muito sabiamente, e totalmente visionário, já implantava em suas críticas literárias e visuais a ideia de interdisciplinariedade e do sistema de complexidade.

Dizia ele: “Tenho fé em alguns fatos, acredito em muitas teorias, não aceito nenhuma doutrina inteira, porque tudo, e principalmente a razão, leva-me à certeza da relatividade das coisas, à convicção de sua complexidade e a idéia de que somente em campos muito restrito nos é dado pretender a uma conclusão definitiva”.

A complexidade social, segundo LUHMANN, está relacionada a um dado real e concreto, o de que, para o indivíduo e suas ações possíveis, o mundo apresenta-se sempre com muito mais possibilidades do que aquelas que ele pode realizar. Cada escolha gera uma seletividade que diminui essa complexidade e, ao mesmo tempo, aumenta sobremaneira o contingente daquilo que ficou excluído. Para Luhmann […] a sociedade é aquele sistema social cuja estrutura regula as últimas reduções básicas, às quais os outros sistemas sociais podem referir-se. A sociedade garante aos outros sistemas um ambiente, por assim dizer, domesticado, de menor complexidade (apud TRINDADE, 2008: p.26).

Os vários papéis sociais estão em constante interação. A vantagem do papel social reside no fato de ele estabilizar tensões e angústias, exatamente pela expectativa que se tem, em relação a esse processo, daquilo que podemos esperar dele (que pode ser algo positivo ou negativo).

Milliet, talvez por ter tido uma formação formal e acadêmica na Suiça no inicio do século XX, aos 14 anos, conviveu com personalidades de vanguarda do seu tempo, a obra desse ensaísta, escritor, poeta, crítico, sociologo, tradutor e pintor (que iniciou sua vida intelectual aos 17 anos) já tinha um pensamento interdisciplinar . E sabia que o sistema é falho, se não estivermos conectados à realidade e às condições sociais e culturais de um povo.

Ele não se prendia à militância politica, pois achava diferente das fórmulas reinantes. Mas tinha uma grande preocupação política, mas sem sectarismo.

Em 1930, com relativismo, decorrente da sociologia norte-americana, Sergio Miliet reorientou e reforçou sua convicções. Esse método de se observar os sistemas culturais, sem uma visão etnocêntrica da sociedade vigente, ou seja, realizar a observação sem usar nenhum meio ou parâmentro pré concebido pela cultura ocidental, norteou o pensamento de Milliet. Com isso realizou a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, estruturando o corpo social a partir de suas próprias características.

Milliet extraiu daí uma espécie de filosofia relativista e uma visão muito humana, ao mesmo tempo fervorosa e dubitativa, cheia de crença na explicação sociológica, mas reticente em relação a qualquer conclusão rígida.

Segundo Antonio Candido, estas posições poderiam tê-lo levado a certa inconsequência, isto é, a uma abertura de tal modo ampla que o ato crítico se tornaria incaracterístico, perdendo-se na mera constatação. Isto não ocorreu, porque ele assumiu a abertura da mente e do gosto, o relativismo, o ceticismo programado como uma espécie de ato de fé.

Para Milliet: “O cepticismo[…] traz em seu bojo o construtivismo, porquanto somente poderá se edificar solidamente aquilo que, antes de servir de alicerce, tenha passado pelo crivo miúdo da dúvida”.

Essas convicções, ligadas ao seu modo de ser, contribuiram para definir o corte ao mesmo tempo altivo e modesto da sua atitude mental e da sua ação(cf.Candido, op.cit.,35). Com independência, coragem, senso de responsabilidade, grande capacidade de estimular, a despeito da severidade com que também costuma temperar o seu apoio aos novos.

Se pegarmos as ideias críticas, sociais e culturais de Bourdieu, perceberemos o quanto Sergio Milliet era visionário, porque ele já defendia um pensamento transdisciplinar, no qual se fazia necessário reconstruir o processo de construção do cânone, a hierquização que preside os sistemas de classificação em gêneros, escolas e estilos, frutos de disputas que acabam sendo naturalizadas. A micro história própria do “campo” é o pré-requisito para a interpretação.

Loly Demercian

 

Bibiografia consultada:

Revista Cult 128 ano 11

BOURDIEU, Pierre. O amor pela Arte. São Paulo: Edusp, 2003.

– TRINDADE, André Fernando dos Reis. Para entender Luhmann e o direito como sistema autopoético. Porto Alegre: Livraria do Advogado

Exposição : FCCN / A boca de Cena

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FCCN: A Boca de Cena

Merleau-Ponty disse que recolocando o objeto na experiência nós lhe retiramos justamente aquilo que faz sua objetividade.

Juan Reos, redifine as matrizes, adotando as imagens como autênticos objetos perdidos, criando uma nova representação.

Seus trabalhos, concebidos na imaginação, ficam no limite entre a representação e a realidade, como a boca de cena, não raro perdidos em uma experiência onírica, como, por exemplo, em Simulatório II e V.

Por outro lado, da sua experiência cotidiana, ele nos apresenta trabalhos feitos com as notinhas de post.it. Além de folhas presas com fitas adesivas, umas dentro das outras, ou folhas dobradas e marcadas, dando-nos a sensação de volume e tridimensionalidade, como um simulacro.

Nos trabalhos com os signos tipográficos, imitando os letreiros de neon, bem como nos trabalhos em que ele representa objetos (fazendo uma alusão as histórias em quadrinhos), o artista remonta aos surrealistas, associando-se aos conceitos operacionais com extrema acuidade. Com efeito, os objetos representados estão num ambiente vazio com cores da escala tonal baixa, dando harmonização em todo contexto visual de seus trabalhos.

Como salientou Flavio Desgrandes (Inversão da Olhadela. São Paulo, Hucitec, 2012. p.17): O sentido de uma cena não constitui como dado prévio, estabelecido antes pela leitura, mas algo que realiza na própria relação do expectador com texto cênico. O ato da leitura solicita a instauração de um tempo que contrarie a lógica do cotidiano, que abra espaço para o outro modo perceptivo, que afaste do conhecido, do usual, do esperado.

Juan Reos com seus trabalhos traduziu com maestria essa relação com o objeto, criando muitas possibilidades. Como ele mesmo disse: ­– Eu gosto da idéia do teatro como espaço, onde o expectador e o ator fazem acordo e o espectador acorda em acreditar na cena, na ficção, durante o tempo que seja a obra.

Loly Demercian

 

 

 

 

Juan Reos, Buenos Aires 1983.

Bacharel em Artes Visuais com orientação em Pintura no UNA (Universidad Nacional de las Artes, Argentina).

Realizou exposições individuais e coletivas em espaços como: Galeria Belleza y Felicidad, Galeria Appetite, Galeria Jardín Oculto, Centro Cultural Recoleta, Centro Cultural San Martín, Fondo Nacional de las Artes, entre outros.

Participou da edição 2011 da bolsa de estudo ECuNhi-FNA para artistas visuais.

Em 2014 realizou a Residência Artística FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) em São Paulo.

Atualmente realiza a Pós-graduação em Linguagens Artísticos Combinados no UNA (Universidad Nacional de las Artes, Argentina). Vive e trabalha em Bueno Aires,Argentina. O seu percurso de pensamento, traduz indicios de uma narrativa do imaginário.

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Bienal da experimentação

Bienais podem ser espaços de experimentação?

O modelo das bienais encontra-se já faz algum tempo em crise, com a avassaladora força do mercado de arte pressionando seus espaços e suas escolhas. Muitas alternativas estão sendo experimentadas, como a abertura para outras áreas do conhecimento, como fez a curadora Carolyn Christov Bakargiev, na Documenta de Kassel, em 2012, ou a busca da diversidade artística, como propôs Massimiliano Gioni, no “Palazzo Inciclopedico”, da Bienal de Veneza 2013.
É nestes momentos de crise de modelos e flutuação de poderes que se abre espaço para que uma produção mais reflexiva, resultante de pesquisa acadêmica, como a do artista plástico professor da UFRGS Helio Fervenza, seja percebida, e ele convidado a participar da Bienal de São Paulo, e, depois, como um dos dois representantes do Brasil na Bienal de Veneza.
Foto: Helio Fervenza
Foto: Helio Fervenza
Os curadores da representação brasileira, Gabriel Pérez Oramas e André Severo, coordenam a ocupação do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, que dispõe de um amplo hall central e duas salas laterais. Cada um dos artistas convidados – Helio Fervenza e Odires Mlászho – dispõe de uma das salas laterais para colocação de obras criadas especialmente para esta mostra. No grande hall, que se conecta com elas, estão expostas as esculturas Côncavo/convexo (1946), de Bruno Munari, Unidade Tripartida (1948), de Max Bill, e Trepante/Obra Mole (1965), de Lygia Clark, além de obras dos dois artistas convidados. Essa disposição no grande hall, segundo a curadoria, recupera o diálogo antropofágico da arte produzida no Brasil com as tendências da arte consagrada nos centros hegemônicos internacionais. Tendo, neste caso, como tema a Fita de Moebius, que, retorcida e presa em suas duas pontas, coloca em questão “o dentro e o fora” que dão título à mostra.
Helio Fervenza
Helio Fervenza
Essa genealogia formal e conceitual funciona também como legitimadora dessa representação brasileira, que traz nomes pouco conhecidos do meio de arte nacional e internacional. Fervenza e Mlászho são artistas em meio de carreira ( 50 e 53 anos), residentes em regiões periféricas (Rio Grande do Sul e Paraná). Com uma sólida produção, eles, no entanto são pouco integrados ao sistema e ao mercado, Mlászho trabalha só com a galeria Vermelho, e, Fervenza com nenhuma. Segundo Fervenza, Oramas diz que ele realiza uma escrita da imagem, enquanto Mlászho produz uma imagem da escrita. A questão é que ambos deslizam nas fronteiras tênues do texto e da imagem.
Odires Mlászho
Odires Mlászho
O título da mostra, “Dentro/Fora”, cai como uma luva na prática de Fervenza, que, abordarei com mais detalhes. Tivemos uma longa e agradável conversa, na qual ele disse que, constantemente, se pergunta “O que está fora e o que está dentro da experiência de arte?”. Seu trabalho possui uma porosidade que dificulta sua classificação como obra de arte, fugindo aos padrões do expectador tradicional. Seus objetos são captados em sua cotidianidade e suspensos pela imaginação interrogativa do artista, que questiona seus códigos de interpretação. Sua proposta estética funciona como uma intersecção de signos, explorando as dimensões simbólica e conotativa dos materiais. Assim, as imagens de anzóis, coloridos e atrativos ao olhar ao mesmo tempo apontam uma sedução que conduz á captura e á morte, e suas fotos contra o céu azul remetem, também, ao azul do mar. Assim, ele estabelece uma cartografia de relações com outros usos para as topologias. Suas instalações são quase teoremas, referência que ele já assume no próprio título da obra “(peixe, sombra) dentrofora (do céu da boca) d´água ( , )”.
Foto: Helio Fervenza
Foto: Helio Fervenza
Fervenza é professor no Departamento de Artes Visuais da UFRGS, e desenvolve um trabalho de investigação, à margem dos modismos, que gostaria de destacar. Preocupado com a expansão de questões conceituais em suas práticas artísticas, ele inscreve, no espaço expositivo, verdadeiras equações enlouquecidas – com parênteses, colchetes e pontos – que alteram a significação de objetos comuns, como uma rodinha com rolimã ou uma folha de jornal. Muitos sentidos podem ser descobertos, remetendo-se a associações e também à falta delas. Seu trabalho aponta a possibilidade de um novo olhar, mais sutil e sensível, aberto ao ínfimo e à surpresa, estabelecendo processos de suspensão na visualidade trivial. Este é o caso, por exemplo, da foto de um palito que flutua no ar, que faz parte de sua instalação. Ela resultou da descoberta, real, de um palito suspenso por um fio de teia de aranha, que criava uma estranha, ambígua e absurda realidade, rapidamente incorporada pelo artista ao seu discurso poético.
Foto: Helio Fervenza
Foto: Helio Fervenza
Sua genealogia remonta aos artistas conceituais dos anos 70, que ele renova, associando aos seus conceitos operacionais uma extrema acuidade para o visual e para as contaminações que alimentam/destroem nossa sociedade. Tudo pode ser material de arte para este artista que explora o mundo com olhos de um cientista ou descobridor. Em sua proposta de “transposições do Deserto”, nas cidades de Santana do Livramento (onde nasceu e viveu sua infância), no Brasil, e de Rivera, no Uruguai, professoras falaram sobre desertos, em um mesmo dia e horário, para alunos, em escolas e idiomas trocados. Surpresas e dúvidas sobre o papel do artista e da arte inquietaram os participantes e o próprio Fervenza. O relato desta experiência é apresentado como um de seus trabalhos em um pequeno folheto de capa amarela, sem imagens.
A contemporaneidade de suas práticas se estabelece na medida em que ele aponta caminhos desdobrados e instigantes para a consolidação da atividade artística, realimentando a autonomia da estética, mas, ao mesmo tempo, abrindo-se para as inquietudes e os inesperados do mundo. Bienais que buscam outras alternativas, afastando-se do controle do mercado e do mainstream, podem ser bons lugares para este tipo de experimentação.

por Maria Amélia Bulhões.

Autora do livro Web Arte e Poéticas do Território pela Editora Zouk:

PROJETO ARMÊNIA

10255258_614802941990630_857653983225581322_oEXPOSIÇÃO NA PUC/SP EM JUNHO/SETEMBRO/NOVEMBRO

PROJETO: ARMÊNIA: ALAK-DAN

 

Introdução:

Em 1939, dia 22 de agosto, num discurso dos chefes militares do III Reich, Adolfo Hitler disse: “Nossa força deve residir em nossa rapidez e em nossa brutalidade, tenho dado ordens a unidades especiais da S.S. de se mudarem para a frente polonesa de matarem sem piedade homens, mulheres e crianças. Pois quem é que fala hoje do extermínio dos armênios? “.

O povo armênio foi vitima desta hedionda chacina, quando o governo turco na primavera de 1915, dia 24 de abril, se dispôs a executar um projeto monstruoso de exterminar um milhão e meio de armênios.

[…]Milhares de armênios se converteram ao islamismo pela força; milhares de meninas e meninos foram sequestrados; centenas de milhares de belas moças foram transformadas em prostitutas e convertidas em escravas nos haréns turcos. E assim levaram todo o povo, homens, mulheres, velhos, crianças, mulheres grávidas, bebes.

Exterminava os homens por grupos: atava-os com cordas grossas e correntes e lançava-os ao rio ou empurrava-os das montanhas ao abismo. Vendiam-se mulheres e crianças em praça pública; os velhos o os adolescentes eram levados a porretadas para os trabalhos forçados. Porém, nada era suficiente: para que fosse indelével e mancha de suas mãos criminosas, os captores bárbaros levavam o povo, depois livrá-los de seus líderes, para fora das cidades a qualquer hora do dia ou da noite, eles apareciam nas casas armênias e ordenavam para que seguissem, sem mesmo dar-lhes tempo de trocarem suas roupas de dormir, saqueavam suas casas, queimavam seus povoados, destruíam as igrejas ou as transformavam em mesquitas, levavam o rebanho. Oficiais, militares, soldados, pastores, rivalizavam em suas orgias selvagens de sangue, tirando meninas órfãs das escolas para satisfazer seus instintos bestiais, batiam com garrote nas mulheres que caiam ou as que estavam para dar à luz; aqueles que podiam arrastar-se, continuavam até caiam no caminho e morriam. convertendo a terra em lama tingida de sangue. (Texto extraído do livro; Massacres de Armênios: Nubar Kerimian e Memórias de Naim Bey para Aram Andonian. 1981. ed. Comunidade da Igreja Apostólica Armênia do Brasil, p. 250-251).

Comecei com esse texto, para relembrar das atrocidades feitas ao povo armênio, que nada diferem do nazismo em relação ao povo judeu. É uma violência para qualquer povo, para qualquer raça, para a humanidade. Armenia cuja origem, língua, raça e religião, vem de Haig, filho de Thorgom, neto de Gomer, e este por sua vez neto de Noé e fixara seu povoado na vizinhança do ponto em que Noé atracava com sua Arca no Monte Ararat, criando a Armênia e deu o nome de Haiastan (Armênia). Assim sendo a Armênia é um dos mais antigos países do mundo. Está situada no oriente próximo entre mar negro, o mar Cáspio e o mar Mediterrâneo. O povo Armênio bem como o seu idioma pertencem ao grupo Indo-Europeu, foi na Armenia que se formou o grande Império Uratu. Tribus conhecidas na história com o nome de “povos de Nairi (País dos rios). Em 301, o cristianismo brilha em toda a Armênia como estrela primeira grandeza, o governo decreta pela primeira vez na história como religião oficial. O papa Urnano II no ano de 1095 em Clement (França) lançou o grito das cruzadas. Os Armênios participaram das cruzadas para libertar o Santo Sepulcro em Jerusalém das mãos dos turcos por volta do ano 1100. A independência da Armênia começa no ano 189 antes de cristo e no reinado de Tigran II ano 95 a.C., que a Armênia começou a florescer, foi a época de maior esplendor, paz e progresso até o século IV da era Cristã. Com a invasão turca, a Armênia foi dividida em Armênia-turca e Armênia-russa, ficando a maior parte para a Turquia. Entretanto, seu povo nunca deixou de lutar pela liberdade. Isso por volta de 1375. Apesar de todos os relatos feitos e fotografados, entretanto, a Turquia não foi levada ao Tribunal Penal Internacional. Ela nunca se arrependeu, nem fez expiação alguma. Nunca castigou os perpetradores das atrocidades, nem sequer processou. Muito menos tem feito em termos de justiça aos sobreviventes danificados pela morte de seus parentes ou pelos bens roubados ou destruídos.

Nesses 100 anos do genocídio, herdeiros da tragédia, nestas terras de liberdade onde encontramos um refúgio a lembrança do genocídio armênio e da culpabilidade de quem o realizou.

E para isso, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, compreendidas como estruturas vitais de cognições e afeto que incorporam a suas práticas dos espaços o compromisso com a formação de uma consciência perceptual e o pensar sistêmico ampliando-se de dentro para um sentido de não exterioridade e pertencimento, como proposta de método e autenticidade essenciais para a inauguração ou estado inaugural (poiético) do campo de linguagem e possibilidades de ser. Os processos e modos como se dão a experiência e geração de sentidos, quando compartilhamos em interação, serão indicadores qualitativos e éticos do sistema e mecânica do solo da micro-geografias das ações e éticas artísticas e culturais. (Harvey, David “The Geography of the manifesto” California: University of California Press, 2000, p. 21).

Propõe-se uma relação compartilhada, por colaboração de saberes, com movimentos de experiências, de pertencimentos e ao mesmo tempo de comprometimento, que se reconheça com via as transformações recíprocas.

Objetivo Geral: O objetivo geral dessa mostra é inquietar , mobilizar o processo de convergência de conhecimento sobre o Genocídio Armênio, que faz 100 anos esse ano de 2015. Uma reflexão atualizada e interdisciplinar sobre suas consequências na atualidade. Serão realizadas palestras e colóquios, exposições de arte, música, sobre o assunto, dando assim um maior significado, com um único acontecimento, mas com várias variantes e que verbere para outros acontecimentos e sentidos. Temos que aproveitar esses momentos de reflexões para mudar e transformar.

Objetivo específico e metodologia: O foco dessa pesquisa e curadoria está baseada em quatro conceitos etnográficos: genocídio, memória, palestras e mapas (criar história, criar memórias). Assim, por esses conceitos, teremos colhido arquivos e documentos de afetos, memórias, onde se pretende mostrar que o destino final do arquivo está situada não em sua própria narrativa, mas sim na história que ele torna possível (parte de ficção atuam sobre a história). Introduziremos ao público situações ou ensaios e proposições sobre o assunto pesquisado, por meio de fotografias, objetos colhidos na pesquisa de campo, pintura , art especifique e performance.

Os artistas convidados serão: Bruno Trchmnn, Ana Luiza  Kalaydjian , Nick Alive, Janaina Barros e Wagner Viana.

Palestrantes sobre cultura, memória, geopolítica, psicologia e do direito e processo penal: Prof. Dr. Pedro Henrique Demercian, Prof. Dr. Vidal Serrano Nunes Júnior, Prof. Dr. Oswaldo Henrique Duek Marques e Prof. Dr. Antonio Carlos da Ponte

Na Cultura e Memória: Prof.Dr. Rogério da Costa (PUC/SP), Prof. Dr. Paulo Roberto Monteiro (Mackenzie), Prof. Dra. Silvia Pavarchi (USP/SP) e Prof. Dr.Willis Guerra (PUC/SP).

 

Nosso portal: Guilherme Espindula Marassi/ Andrei Kirazian

Pesquisadora e curadora de arte: Prof.ª Roseli Demercian

Documentário: diretor geral de arte Roseli Demercian.

Edição: Izabella Demercian

Mapeamento: Roseli Demercian.

Fotografia: Carolina Kurcis

EXPOSIÇÃO NO TUCARENA:

Artistas Bruno Trchmnn e Ana Luiza Kalaydjian

ALAK-DAN: Memórias Guardadas

Curadoria e museografia das exposições: LOLY DEMERCIAN

Abertura: dia 08 de junho de 2015

Abertura para o público: 19.00h

Colóquios: A partir das 20h00 com os professores doutores:

Prof.a Silvia Regina Paverchi: A Armênia atual e a diáspora: questão do genocídio envolvendo trauma e assuntos fronteiriços.

Prof.Dr. Paulo Roberto Monteiro de Araújo : Didi-Huberman: Memória como ação do ressurgir- a Matança.

Prof.Dr. Rogério da Costa Santos : Biopoder e racialização: sementes de ódio no genocídio armênio.

Prof.Dr. Willis S. Guerra Filho : Genocídio Armênio e a continuidade dos crimes contra a humanidade.

Curriculos dos palestrantes:

Paulo Roberto Monteiro de Araújo: Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Senso em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua principalmente nas seguintes áreas: Cultura Contemporânea, Arte, Ética e Filosofia Política. 

 

Rogério da Costa Santos: possui doutorado em História da Filosofia – Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) (1998), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1991) e graduação em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1983). Atualmente é assistente doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Semiótica. Parecerista Fapesp. No período de 2004/2005 dirigiu a área de tecnologia da PUCSP. No período de 2005/2006 dirigiu a área de metodologias e tecnologias da informação da BIREME/OPAS/OMS. Coordena atualmente o Laboratório de Inteligência Coletiva – LInC (www.linc.org.br). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: inteligência coletiva, redes sociais, cibercultura, comunidades virtuais, biopolítica e capitalismo cognitivo.

 

Silvia Regina Pavechi: Professora do Departamento de Secretariado Executivo da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Doutoranda do Programa de Integração da América Latina (PROLAM/USP)- área: comunicação e cultura – tema: fluxos migratórios na América Latina, “diáspora armênia no Brasil, Argentina e Uruguai”. Bolsista do Genocide and Human Rights University Program pelo Zoryan Institute (Agosto/2012 – Toronto, Canadá). Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUCSP – tema: cultura brasileira – literatura e adaptação no cinema. Graduada em Secretário Executivo Bilíngue/ PUCSP. Docente convidada para cursos de Extensão da FFLCH/ USP sobre:1. Cáucaso e Armênia atual, 2. Cinema e Migrações. Professora Leitora de Português, literatura e cultura brasileira no pós-graduação da Universidade Estatal e na graduação da Universidade Estatal Linguística (After V. Brusov), Ierevan (Armênia) -Programa Leitorado CAPES e Ministério das Relações Exteriores do Brasil 2009/2010. Experiência técnico administrativa na área de Relações Internacionais para intercâmbios internacionais de mobilidade estudantil e docente e organização de eventos científicos. Ministrou aulas nos cursos superiores de Letras, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, em curso livre de Cinema e Vídeo e projetos de extensão. Tem participação em eventos internacionais, grupos de estudo e publicações nas áreas de Português, literatura, cultura, cinema e migrações. Contatos: silviapaverchi@yahoo.com.br e silviapaverchi@usp.br

 

Willis Santiago Guerra Filho : Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Ceará (1982), mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986), doutorado em Ciência do Direito, Universität Bielefeld, Alemanha (1995) e em filosofia (IFCS-UFRJ), onde também obteve o pós-doutorado na mesma área, e a livre docência em filosofia do direito pela UFC. Atualmente é professor doutor dos programas de pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, SP, sendo ainda colaborador dos programas de pós-graduação em Direito da Universidade Candido Mendes e da Escola Paulista de Direito,SP. Professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Constitucional, atuando principalmente nos seguintes temas: direitos fundamentais, princípio da proporcionalidade, processo, dignidade da pessoa humana e filosofia do direito.

 

 Cronograma da semana no Tucarena: 

dia 09 de junho:

Leitura de borra de café das 15.00h as 17.00h

Coral e dança típica da armênia: as 19.30h

dia 10 de junho:

Encontro do professor de relações internacionais  James Onnig Tamdjian , pesquisador do conflitos Contemporâneos da Unifesp, com os jovens descendentes do genocídio armênio,( Philipe Arapian, Archavir Donelian e Guilherme Markossian) que são alunos e ex-alunos do direito e outras áreas.

dia 11 de junho as 20.00h

Peça de teatro: 1915,  pelo  Grupo Teatral ARCA

 

 

Exposição em setembro na biblioteca (datas a serem confirmadas).

EXPOSIÇÃO: em setembro na Biblioteca:

CULPA DE SER, CULPA DE NÃO SER:

Ana Luiza Kalaydjian: As caixas de pintura, caixas e caixinhas de madeira com várias gavetas, guardam coisas, memórias e recordações. Cada caixa tem seu discurso pessoal, algumas foram cortadas ao meio e coladas de forma q precisaram se reestruturar, outras foram forradas com veludo contendo objetos feitos pela artista com pó de café e verniz. Objetos que guardam às memórias, as histórias e o tempo.

Ronaldo Auad: Esculturas de imagens religiosas da armênias .

Nick Alive: grafitti do monte Ararat em placas de MDF.

Performance dos artistas Janaína Barros e Wagner Viana :  abordaremos sobre histórias que são negadas. Ou sobre aquilo que aparentemente não existe. Histórias de genocídios invisibilizadas pela história oficial. Como repensar esta nova,ou ainda, outra, história onde seja possível considerar estes protagonismos negados?

No auditório Paulo IX , situado na Biblioteca: Exibiçao do Filme : Mayrig ( França)

Palestra da Prof.ª Dra. Silvia Paverchi sobre o O genocídio armênio na literatura e no cinema, uma análise das adaptações “Ravished Armenia” e “Mairig”
Conteúdo:
– breve abordagem das produções da e sobre a diáspora armênia pós-genocídio
-foco principal:  análise das obras literárias “Ravished Armenia”(EUA)   e “Mairig” (França) e respectivas adaptações para o cinema. Contexto das publicações e adaptações. Relação obras e diáspora armênia nos EUA e França. O cinema e e literatura como relatos “de dentro”  de uma dor geracional, não exaurida, que ainda se faz presente “nas armadilhas de memória” e em forma de arte. 
– Observações acerca da diáspora na America Latina.: abordagem dos trabalhos de TCCs de cursos de jornalismo e audiovisual em SP : “O legado de 1915” e “Memórias de uma terra distante”.

 

EM NOVEMBRO FECHAMENTO:

Exposição das fotos colhidas no documentário que estamos realizando sobre : Heranças do Genocídio , sobre depoimentos de vida e memórias sobre familiares que viveram o genocídio dos armênios. E plotagem das fotos do concurso cultural do instagram.

-Exibição do  Documentário da pesquisa realizada do dia 01 de abril a 30 de agosto de 2015, sobre famílias armênias que vivem em São Paulo, revelando suas memórias e de vida. Por Roseli Demercian, Carolina Kursis e Izabella Demercian, no auditório Paulo IX, situado na biblioteca.

Conversa com os autores do documentário e com a comissão do evento, conclusões.

 

MISSA ECUMÊNICA:

na Capela da PUC/SP.

Currículos dos artistas visuais:

BRUNO TRCHMNN

Nasceu em Campinas em 1988. Iniciei minha formação artistica tendo aulas de desenho e pintura com a artista plástica Vânia Mignone e em 2006 ingressei no curso de Artes Visuais da Unicamp. Vivo em Campinas-SP onde trabalho como professor e sou organizador do evento de música experimental TUDOS, que ocorre todo mês em Campinas desde 2014 (https://www.facebook.com/TUDOSexperimental?fref=ts), além de desenvolver dois projetos de música experimental: – Para Leila Khaled, um projeto focado na música do oriente-médio e a causa palestina(soundcloud.com/leilaleilabaladibaladi), e o Denominadores Incomuns, uma banda instrumental que explora a liguagem do punk como abstração sonora e poética(soundcloud.com/denominadoresincomuns).

Meu trabalho gira em torno das relações poéticas  possíveis com outras culturas e suas implicações políticas, numa especie de esforço “desorientalista” de lidar com o outro,  partindo de uma relação pessoal com a música, cultura e lutas sociais do oriente-médio e do mediterrâneo. O material utilizado para esses trabalhos tem origens diversas: gravações em cassete e discos de 78 rpm de música do oriente-médio para criar colagens sonoras e revistas antigas, livros, fotografias antigas, cartões postais, jornais velhos em outras linguas, dicionarios para criar colagens visuais e gravuras. Meu trabalho visual pode ser visto no site: http://cargocollective.com/brunotrochmann

ANA LUIZA KALAYDJIAN:

Exposições Individuais

 2000: Capela do Morumbi SP

2000: Espaço Cultural dos Correios RJ

2002: Centro Cultural São Paulo SP

2003: Museu Metropolitano de Arte MUMA PR

2004: Museu de Arte de Ribeirão Preto MARP SP

2005: Projeto Ocupação Paço das Artes SP

2006: Espaço Pessoal – SESC Pompéia – SP

2009: Estruturas – Mac PR

2010: A Imagem da Casa – Badesc – SC

2013:Culpa de ser, Culpa de não ser – MHPA – PA

É Débito ou Crédito – 18 a 28/11 de 2010 – SESC – SP –Josué Matos

2011: Até meio kg – Arte postal – Pinacoteca Benedito Calixto, MACC – Campinas

MARP: Riberão Preto, Badesc – Florianópolis; Casa da Cultura – Londrina

Circuito Sesc de Artes:

Prêmios

2009: 8º Salão Nacional de Arte de Jataí – Goiás

2006: Cidade para Cidade – Galeria Olido

 Trabalhos em Praças Públicas

 1985/89 – Parques e Jardins – Prefeitura de Osasco

execução de esculturas públicas e brinquedos para praças

 Formação Acadêmica Licenciatura em Artes Plásticas – Mackenzie – SP

NICK ALIVE:

Artista paulistano iniciou sua carreira em meados de 1997. A busca pelo crescimento não cessou e hoje divide seu tempo entre as paredes, telas, papeis e desenhos digitais. O graffiti em sua vida é de fundamental importância pois as criações são coletivas por sofrerem interferência direta tanto de transeuntes quanto de outros artistas. Em suas telas utiliza tinta óleo, por ser um processo mais lento, em um encontro intimo com o silencio tem como busca o centro através da pintura, esse processo o obriga a pensar a todo momento em novas soluções para os trabalhos. Os desenhos, tanto digitais quanto de nanquim e lápis trazem o inicio de tudo, valoriza os traços antes das cores por que vê sua alma no gesto do traço. O tema principal de todo o seu trabalho é o espírito,a busca pelo silêncio, os padrões e símbolos usados sempre remetem ao centro, os seres abordados são andróginos, permitindo assim uma maior liberdade de definições por parte de quem vê sua obra.

Exposições / Eventos

2015 – Evento Recifusion – (Recife / PE) – participação como artista convidado de residencia artística e evento de graffiti.

2015 – Evento BTC – Bahia de Todas as Cores (Salvador / BA) – participação como artista convidado.

2015 – 2014 – Evento Street Of Styles (Curitiba / PR) – participação como artista convidado.

2014 – Legal (Washington DC / USA) – exposição coletiva – Exposição coletiva realizada na Gallery 102 localizada na universidade George Washington University and Gallery. Curadoria de Roberta Pardo.

2014 – Exposição ENTREMEIOS (São Paulo / SP) – participação como artista convidado – Exposição coletiva realizada na PUC com curadoria de Jordons Francisco – Projeto de João Bosco Millen.

2014 – Evento SUDA (Rosário / Argentina) – participação como artista convidado.

2014 – Evento Meeting of Styles (Porto Alegre / RS) – participação como artista convidado.

2013 – Exposição Coletiva Simpliscidade (Galeria do SESC Manaus) (Manaus / AM).

2013 – Exposição Coletiva SE EU FOSSE VOCÊ FARIA ASSIM (Galeria Urban Arts) (São Paulo/ SP) – curadoria Erica Mizutani.

JANAÍNA BARROS

Formação acadêmica/titulação

2014 Doutorado em Pós-graduação em Estetica e História da Arte.

Universidade de São Paulo, USP, Sao Paulo, Brasil

Título: O papel da autoria e suas articulações na arte contemporânea brasileira: os tensionamentos entre a territorialidade de gênero e aspectos étnicos numa visualidade da manualidade.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Dilma de Melo e Silva

2006 – 2008 Mestrado em ARTES VISUAIS.

Instituto de Artes UNESP, UNESP, Brasil

Título: Uma possível arte afro-brasileira: corporeidade e ancestralidade em quatro poéticas, Ano de obtenção: 2008

Orientador: Prof. Dr. José Leonardo do Nascimento

2004 – 2005 Especialização em Linguagens Visuais.

Faculdade Santa Marcelina, FASM, Brasil

Título: O corpo e seu espaço no retrato negro

Orientador: Ermelindo Nardin

Bolsista do(a): Serviço Social da Comércio

1997 – 2000 Graduação em Educação Artística: Habilitação em Artes Visuais.

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Sao Paulo, Brasil

WAGNER VIANA  

Formação acadêmica/titulação

2011 Doutorado em poéticas visuais.

Escola de comunicações e Artes da USP, ECA- USP, Brasil

Título: Espacializar o conceito e conceitualizar o espaço

Orientador: Geraldo de Souza Dias Filho

2006 – 2008 Mestrado em Artes.

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Sao Paulo, Brasil

Título: Portinari menino e os circos, Ano de obtenção: 2008

Orientador: Claudete Ribeiro

2000 – 2004 Graduação em Licenciatura Plena em Educação Artística.

Faculdade de Arquitetura,Artes e Comunicações da Unesp, UNESP-FAAC, Brasil

Formação complementar

2014 – 2014 Curso de curta duração em Preparação pedagógica do PAE/ECA/USP.

Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA – USP, Brasil

2010 – 2010 Espelho fragmentado/ Geraldo Souza Dias.

Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA – USP, Brasil

2010 – 2010 Pintura: prática e reflexão (Paulo Pasta.

Instituto Tomie Ohtake, ITO, Brasil

2009 – 2010 A rede aprende com a rede – Mediador II.

secretaria da educação do estado de são paulo, SEE, Brasil

2009 – 2009 Um recorte sobre o sentir barroco/Sérgio Romagnolo.

Instituto de Artes – Unesp, IA – UNESP, Brasil

2008 – 2008 Curso de curta duração em a arte do brincante para educadores.

Instituto brincante, IB, Brasil

2007 – 2007 Curso de curta duração em treinamento para professores.

Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, MAE – USP, Brasil

2007 – 2007 Curso de curta duração em treinamento com o Kit de objetos Arq. e etn..

Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, MAE – USP, Brasil

2007 – 2007 Curso de curta duração em treinamento com o kit de objetos infantis indigena.

Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, MAE – USP, Brasil

2005 – 2005 ensino médio em rede.

Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, SEE-SP, Sao Paulo, Brasil Página gerada pelo sistema Currículo Lattes em 30/03/2015 as 13:50:50 Página 3 de 8

2003 – 2003 Curso de curta duração em pratica de improvisação.

Serviço Social do Comercio, SESC, Rio De Janeiro, Brasil

2002 – 2002 Curso de curta duração em canto coral e técnica vocal.

secretaria de estado da cultura, SEC, Brasil

2001 – 2001 Curso de curta duração em a cenografia no teatro.

secretaria de estado da cultura, SEC, Brasil

2000 – 2000 Curso de curta duração em Curso de preparação de monitoria.

MUSEU LASAR SEGALL, MLS, Brasil

RONALDO AUAD:

Ronaldo Auad Moreira é artista visual, professor e pesquisador do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Alfenas UNIFAL – MG, onde leciona disciplinas das áreas de Educação, Ensino da Arte, Arte, História da Arte e Semiótica Peirceana. Integra o corpo docente do Curso de Especialização (modalidade à distância) Teorias e práticas na Educação, onde leciona Planejamento e Ensino de Artes e A Criança e a Cultura: Movimento, Música e Artes Visuais na Educação Infantil. Elaborou e coordena o Curso de Aperfeiçoamento “Educação Infantil, Infâncias e Arte”. Possui graduação em Educação Artística – Habilitação em Artes Plásticas pela FATEA (Lorena, SP); mestrado em Ciência da Arte pela UFF – Universidade Federal Fluminense (Niterói, RJ). Atualmente, sob a orientação de Maria Lucia Santaella Braga, desenvolve pesquisa de doutorado no Programa Tecnologias da Inteligência e Design Digital – TIDD, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Sua experiência profissional como artista visual teve início em 1979, tendo realizado exposições no Brasil e no exterior. A docência em Artes Visuais, nos níveis Fundamental e Médio, foi iniciada em 1988; no nível Superior, em 1989; na Pós-graduação, em 2002. De 1993 a 2008, atuou como coordenador de curso na área de Licenciatura em Artes Visuais: de 1993 a 1999, na FATEA, Lorena, SP; de 1999 a 2008, no UBM – Centro Universitário de Barra Mansa, RJ. Sua experiência profissional concentra-se nas áreas de Artes Visuais, Ensino de Arte e Curadoria. Em sua atuação estão em pauta os seguintes temas: Semiótica Peirceana; Arte Contemporânea; Ensino Contemporâneo de Arte; Hibridizações de linguagens; Jogos com a visualidade (uma pesquisa em progresso a ser publicada em breve). Realiza estudos contínuos sobre a presença da Semiótica de Charles Sanders Peirce na contemporaneidade, a partir das publicações de Lucia Santaella. Leciona, desde o segundo semestre de 2009, a disciplina Semiótica Peirceana, oferecida nas modalidades optativa e eletiva. Atua nos seguintes grupos de pesquisa: Sociedade e Cultura Contemporâneas – linha de pesquisa: Semiótica da visualidade contemporânea; Grupo de Pesquisa Literatura, linguagem e outros saberes – Linha de pesquisa: A natureza híbrida da linguagem. Em outubro de 2012, Ronaldo Auad Moreira criou o Grupo de Estudos sobre Semiótica Peirceana da Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL – MG, grupo inserido no site do CIEP – Centro Internacional de Estudos Peirceanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – link: http://estudospeirceanos.wordpress.com/2012/11/20/grupo-de-estudos-sobre-semiotica-peirceana-da-universidade-federal-de-alfenas-unifal-mg/

 

ROSELI DEMERCIAN ( LOLY) :

Graduação em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1987) Graduação em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2003), especialização no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo ( MAC/USP) 2004 e mestrado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2010). Doutoranda em Comunicação e Semiótica pela Pontífice Universidade Católica de São Paulo, é curadora do Centro Cultural CasaGaleria e Artes. Tem experiência na área de arte/educação, História da arte e curadoria, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, novas midias e filosofia contemporânea