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Sergio Milliet /resenha

imgresRESENHA DO ARTIGO DE ANTONIO CANDIDO

Livro : Sergio Milliet 100 anos- trajetória, crítica de arte e ação cultural.

Autor: Organizadora: Lisbeth Rebollo Gonçalves

editora:Imprensa Oficial

ano: 2005

 

Sergio Milliet muito sabiamente, e totalmente visionário, já implantava em suas críticas literárias e visuais a ideia de interdisciplinariedade e do sistema de complexidade.

Dizia ele: “Tenho fé em alguns fatos, acredito em muitas teorias, não aceito nenhuma doutrina inteira, porque tudo, e principalmente a razão, leva-me à certeza da relatividade das coisas, à convicção de sua complexidade e a idéia de que somente em campos muito restrito nos é dado pretender a uma conclusão definitiva”.

A complexidade social, segundo LUHMANN, está relacionada a um dado real e concreto, o de que, para o indivíduo e suas ações possíveis, o mundo apresenta-se sempre com muito mais possibilidades do que aquelas que ele pode realizar. Cada escolha gera uma seletividade que diminui essa complexidade e, ao mesmo tempo, aumenta sobremaneira o contingente daquilo que ficou excluído. Para Luhmann […] a sociedade é aquele sistema social cuja estrutura regula as últimas reduções básicas, às quais os outros sistemas sociais podem referir-se. A sociedade garante aos outros sistemas um ambiente, por assim dizer, domesticado, de menor complexidade (apud TRINDADE, 2008: p.26).

Os vários papéis sociais estão em constante interação. A vantagem do papel social reside no fato de ele estabilizar tensões e angústias, exatamente pela expectativa que se tem, em relação a esse processo, daquilo que podemos esperar dele (que pode ser algo positivo ou negativo).

Milliet, talvez por ter tido uma formação formal e acadêmica na Suiça no inicio do século XX, aos 14 anos, conviveu com personalidades de vanguarda do seu tempo, a obra desse ensaísta, escritor, poeta, crítico, sociologo, tradutor e pintor (que iniciou sua vida intelectual aos 17 anos) já tinha um pensamento interdisciplinar . E sabia que o sistema é falho, se não estivermos conectados à realidade e às condições sociais e culturais de um povo.

Ele não se prendia à militância politica, pois achava diferente das fórmulas reinantes. Mas tinha uma grande preocupação política, mas sem sectarismo.

Em 1930, com relativismo, decorrente da sociologia norte-americana, Sergio Miliet reorientou e reforçou sua convicções. Esse método de se observar os sistemas culturais, sem uma visão etnocêntrica da sociedade vigente, ou seja, realizar a observação sem usar nenhum meio ou parâmentro pré concebido pela cultura ocidental, norteou o pensamento de Milliet. Com isso realizou a avaliação sem privilegiar os valores de um só ponto de vista, estruturando o corpo social a partir de suas próprias características.

Milliet extraiu daí uma espécie de filosofia relativista e uma visão muito humana, ao mesmo tempo fervorosa e dubitativa, cheia de crença na explicação sociológica, mas reticente em relação a qualquer conclusão rígida.

Segundo Antonio Candido, estas posições poderiam tê-lo levado a certa inconsequência, isto é, a uma abertura de tal modo ampla que o ato crítico se tornaria incaracterístico, perdendo-se na mera constatação. Isto não ocorreu, porque ele assumiu a abertura da mente e do gosto, o relativismo, o ceticismo programado como uma espécie de ato de fé.

Para Milliet: “O cepticismo[…] traz em seu bojo o construtivismo, porquanto somente poderá se edificar solidamente aquilo que, antes de servir de alicerce, tenha passado pelo crivo miúdo da dúvida”.

Essas convicções, ligadas ao seu modo de ser, contribuiram para definir o corte ao mesmo tempo altivo e modesto da sua atitude mental e da sua ação(cf.Candido, op.cit.,35). Com independência, coragem, senso de responsabilidade, grande capacidade de estimular, a despeito da severidade com que também costuma temperar o seu apoio aos novos.

Se pegarmos as ideias críticas, sociais e culturais de Bourdieu, perceberemos o quanto Sergio Milliet era visionário, porque ele já defendia um pensamento transdisciplinar, no qual se fazia necessário reconstruir o processo de construção do cânone, a hierquização que preside os sistemas de classificação em gêneros, escolas e estilos, frutos de disputas que acabam sendo naturalizadas. A micro história própria do “campo” é o pré-requisito para a interpretação.

Loly Demercian

 

Bibiografia consultada:

Revista Cult 128 ano 11

BOURDIEU, Pierre. O amor pela Arte. São Paulo: Edusp, 2003.

– TRINDADE, André Fernando dos Reis. Para entender Luhmann e o direito como sistema autopoético. Porto Alegre: Livraria do Advogado