Texto curatorial da exposição : Memórias guardadas

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Bruno Trochmann

Bruno faz um diálogo com o sujeito histórico e cultural da armênia, sendo que esse sujeito está encarnado nos objetos, nos acontecimentos.

A singularidade do seu trabalho está em seus índices, os elementos contidos em seu trabalho, que nos levam a pensar ou voltar ao passado, nos significados dos objetos expostos e suas implicações políticas e culturais.

A maneira rudimentar de representação, com a técnica lambe-lambe, nos remete às propagandas soviéticas do início de século XX, antes da diáspora armênia, com uma séries de colagens, sobrepondo-se com antigas fotografias armênias, além de gravações em cassete e discos de 78rpm de música do oriente médio, criando-se também colagens sonoras (uma linguagem muito usada nas décadas de 50 e 60, a Assemblage, que foi a ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, cujo movimento deita raízes na Rússia ou pela música improvisada de Cage).

Para apreender a essencialidade dos trabalhos apresentados, o interlocutor deve estar impregnado de aspectos históricos e musicais, além de se deixar dominar pelos sentidos.

 

Loly Demercian

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