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Gonzalo nasceu em 1976, em Santa Rosa de Viterbo, na Colômbia. Possui formação acadêmica na Colômbia e na Suíça pela Escola de Artes Visuais Pierre Moor e pela Oficina L’arrêté Creation, ambos em Yverdon-Les-Bains, além de outros cursos em artes visuais e arte terapia.
Participou de exposições coletivas e individuais na Suíça e na Colômbia, expôs em diversos museus, galerias e espaços expositivos, como o Museu de Arte Sacra e a Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos, no Espaço Cultural Unesp, em São Paulo e na Casa da Cultura da América Latina, em Brasília.
O país em que Gonzalo nasceu e se formou tem uma tradição literária rica, com autores como Gabriel García Márquez, Nobel de Literatura, e outros escritores reconhecidos mundialmente. A arte também é uma parte im- portante da cultura colombiana, com artistas como Fernando Botero, conhecido por suas figuras volumosas e caricatas.
A Colômbia é conhecida por seus festi- vais coloridos e animados, que celebram difer- entes aspectos da cultura local. Alguns dos mais conhecidos são o Carnaval de Barranquilla, a Festa de Flores de Medellín e a Feira de Cali. A religiosidade é um aspecto importante da cultura colombiana, com a grande maioria da população sendo cristã, principalmente católi- ca. Muitas cidades têm suas próprias tradições religiosas e celebrações, como a Semana Santa em Popayán.
Gonzalo se refugiou para Brasil , por conta de conflitos colombianos — um dos mais antigos da América Latina, decorrente da dis- puta pelo poder entre liberais, conservadores e socialistas; além de grupos paramilitares, os traficantes e os guerrilheiros de esquerda, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), lutando entre si para aumentar sua influência em território colombiano. Hoje, no país, firmou-se um acordo de paz entre o governo e as FARC, que previa principalmente o desarmamento, e anistia aos guerrilheiros. Em
10 de Abril de 2017, o registro das armas foi concluído em conjunto com a Organização das Nações Unidas.
Ao chegar no Brasil em 2010 se estabeleceu em uma Igreja, local onde funciona uma ONG internacional para auxiliar os marinheiros. Gonzalo, que fala cinco línguas , foi contratado para esse auxílio, trabalhando até hoje nesse local. Casou-se com uma brasileira e vive em Santos com cidadania brasileira.
Com muita influência estética europeia em sua formação acadêmica, com tendências artísticas internacionais, mas com um toque local colombiano, seu trabalho ganhou figu- ras volumosas e cores vibrantes; às vezes com cores baixas, mas o vermelho sempre presente em sua paleta. Nos últimos trabalhos, mais especificamente para essa mostra “Rosto sem identidade”, Gonzalo passou a inserir no fundo de tela o branco; às vezes até parecem esboços de uma pintura, mas as características colom- bianas nos traços não desapareceram.
O trabalho do Gonzalo nos faz pensar onde estamos, já que mesmo com suas tradições estéticas voltadas para euro centro , ele consegue desviar nosso olhar para experimentar , “sentir que algo inelutavelmente nos escapa, isto é : quando ver é perder. Tudo está aí”.
Por Loly Demercian