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Exposição: Corpos Silenciados

CORPOS SILENCIADOS

JANAINA BARROS

 A artista Janaina Barros, natural de São Paulo, nasceu em 20 de maio de 1979. É graduada e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP,  São Paulo.

É autora de vários artigos sobre a criação artística de mulheres negras brasileiras, como sobre Lita Cerqueira e Rosana Paulino. Essa mesma temática é alvo de sua poética.

No início de sua trajetória, o interesse pelo corpo feminino fizeram-na pesquisar suportes que pudessem oferecer uma integração entre a matéria e a cultura. Por exemplo, o tecido chita, apropriado pela artista em alguns trabalhos, levou-a a certas origens e lugares: até a corpos de mulheres negras com pés descalços, memória de infância que se misturou às vestes dos palhaços da Folia de Reis em Minas Gerais. 

No desenvolvimento de sua poética, Janaina participou de grupos de pesquisas acadêmicas que acabaram se desdobrando na sua pesquisa de mestrado. Sua temática buscou aspectos de uma arte afro-brasileira atual por meio da análise da produção de artistas brasileiras, com percursos distintos em relação ao ato criador no campo da religiosidade e do lugar de uma identidade étnica. O algodão e os bordados e o desenho e a acrílica construiram uma série de retratos de mulheres negras, nos quais ora o corpo fundia-se ao fundo, ora apartavam-se.

Com o pintor Paulo Pasta redefiniu a compreensão do suporte, da cor, do volume e da linha. O tecido, então, utilizado como forma bidimensional começou a ganhar volume e a manipulação de diferentes estampas sobrepostas, configuradas como espaços de cor, mostrou a essa jovem artista uma outra natureza pictórica. Surgem, então, os objetos invólucros,- luvas, aventais, capas de liquidificador, panos de prato,- que constroem uma poética do cotidiano.    

 Janaina Barros está apresentando seu novo trabalho, Série Bonecas de Bitita, na Casa Galeria Loly Demercian, entre 22 de novembro e 13 de dezembro.  

Bitita refere-se a um apelido de infância da escritora mineira Carolina de Jesus e O diário de Bitita, história de sua infância e adolescência em Minas Gerais, até sua vinda a São Paulo, é o objeto de interesse nessa pesquisa poética de Janaina Viana.

O olhar da artista busca cifrar, em dez trabalhos, a compreensão dos lugares e origens vividos pela escritora Carolina de Jesus; nessa série, apropria-se das figuras das bonecas, marionetes em suspensão no campo da representação. Apropria-se de materiais e técnicas, como o bordado, os desenhos e suas transferências, os fios sintéticos, as linhas de costura e contas. Acaba tecendo um espaço e um tempo de memória que mescla sua própria infância, misturada às vestes dos palhaços da Folia de Reis, e a infância e adolescência de uma mulher negra, Carolina de Jesus, a escritora.

O que sobrevém, nessa pesquisa minuciosa de Janaina Barros, é o entrelaçamento de todos os aspectos de uma autoria negra, tanto nas artes visuais quanto na literatura, na construção da história cultural brasileira atual.

 

Carmen Aranha

Janaina Barros

Loly Demercian

 

MARINA BITTEN

CORPOS SILENCIADOS

Marina Bitten nasceu na Cidade de Tubarão, – Santa Catarina, estado brasileiro com forte predominância do catolicismo. Cresceu em uma família de oito meninos e nesse cenário masculino, frequentemente, era excluída das brincadeiras e conversas, o que lhe trouxe um sentimento aparte desse mundo dos homens. 

Possui graduação em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela Unisul (SC- 2007) e pós-graduação em Marketing de Moda pelo Senac (sC -2009). Aprofundou-se em fotografia de moda e publicidade no Instituto Internacional de Fotografia (SP – 2009/2011) e experimentou a fotografia criativa e autoral no Museu de Arte Moderna(SP – 2012).  A busca pela fotografia autoral proporcionou-lhe a possibilidade de construção de uma linguagem expressiva sobre a ideologia da sociedade sobre o corpo feminino, sua sensualidade e fetiches. 

Marina Bitten apresenta a exposição Corpos Silenciados na CasaGaleria Loly Demercian, entre 22 de novembro e 13 de dezembro de 2013. A artista expõe sete imagens, consideradas por ela “atemporais”, nas quais discute a temática do corpo experimentado e corpo legítimo¹[1]. Em suas obras vemos corpos reprimidos e vulneráveis, solitários e usáveis, coloridos e construídos, poderosos e fetichistas. Marina une o verdadeiro e o fantástico, ou seja, a carne feminina com objetos de decoração e uso comum, entre luzes e cores cinematográficas. Alterna a primazia técnica e a fatura despreocupada e com isso, sua poética interroga o mundo em que vivemos, entretanto, criando uma impessoalidade nas figuras sem rostos. “Corpo Servil” e “O Abajur” misturam corpos carnais e objetos. As obras “O quarto” e “O quarto 2″ situam o vazio existencial da espera pelo outro. “Corpo privada” situa o horror da relação dos seres com os dejetos do mundo. “Retrato” ou “Corpo Forjado” são corpos coloridos em azul e vermelho, sem rostos. Há sempre um estado onírico nas obras da artista que procura revelar os pensamentos mais profundos: sexo, sonhos, realidades inflexíveis e fetiche. Combinações perturbadoras de efeito estranhamente sensual.

A obra de Marina nos instiga ao ver que ”não podemos acreditar e sim questionar”[2]. Questionar a realidade vivida (nosso mundo), o papel da mulher e o papel de seu observador ou apenas envolver-nos nos sonhos que o mundo nos desperta.

A cama, o corpo sem rosto. Indícios de desejo, fragmentos cinematográficos. Desvelamos o lugar e os personagens que habitam a fotografia de Marina Bitten. Estabelecemos um ponto de fuga da realidade, onde corpos sem identidade habitam tempo/espaço sem passado e sem futuro. 

 

 

Carmen S. G. Aranha – É Livre-docente em Teoria e Crítica de Arte pela Escola de Comunicação e Artes da USP . Professora associada  do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Presidente da Comissão de Pós-Graduação e Coordenadora do Programa Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo .

 

Loly Demercian-  Possui graduação em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2003), graduação em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1987) e mestrado em Educação, Arte e História da  Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie . Curadora de arte do Centro Cultural CasaGaleria. Doutoranda em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

 



[1] Bourdieu, Pierre:  A Dominação Masculina: Rio de Janeiro: Betrand Brasil, 2010, p.81,82

[2] Gompertz, Will. Isso é arte ? : Rio de Janeiro: Zahar, 2013, pg.83

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